quinta-feira, dezembro 13, 2007


Fui fumadora durante mais de vinte anos.
Muitas vezes ouvi o que ouvem todos os fumadores:
O tabaco faz mal há saúde... deixa de fumar faz-te mal a ti e há carteira... e muitas outras frases do género.
Nada adiantou. Fui fumando cada vez mais. De um cigarro ou outro de vez em quando fui aumentando e cheguei a ser uma fumadora convicta. Nos últimos tempos fumava cerca de três maços de tabaco por dia.
O cigarro fazia parte do meu dia-a-dia e não me imaginava sem fumar.Aliás eu não fazia nada sem um cigarro. E tinha todas as razões para não tocar num cigarro.
O tabaco tinha sido uma das causas da morte prematura da minha irmã.O médico avisou-a muitas vezes ou deixava de fumar ou então um dia...
Não conseguiu deixar o tabaco e esse dia chegou.
E eu continuei a fumar. Lembrava-me das discussões que tinha tido com ela quando as duas estávamos grávidas e eu deixei de fumar e ela não... quando o médico lhe disse que tinha que deixar o tabaco e mesmo assim ela continuou. Pensava em tudo o que tínhamos vivido de bom e de mau, mas sempre com um cigarro na mão.
Nunca pensei sequer em deixar de fumar apesar de tudo o que tinha acontecido e quando alguém me dizia que parasse,fazia com que tivesse ainda mais vontade de fumar.
Então um dia aconteceu. Assim de repente.
Levantei-me, saí de casa bebi o inevitável café e fumei um cigarro. Aliás o único cigarro que me tinha sobrado do dia anterior e pensei...tenho que comprar tabaco antes de ir para casa.
É neste instante que se dá a mudança drástica e que eu própria consideraria impossível quando saí de casa nesse dia. Porquê ?? O que me levou a de um momento para o outro pensar "Não acabou-se não compro mais tabaco, vou deixar de fumar"
Nem eu mesma sei, só sei que aconteceu e até hoje não voltei a pegar num cigarro e passaram-se sete anos.
Mas o que me parece mais incrível é que não me custou nada, não tenho nem nunca tive vontade de fumar, não me faz diferença que fumem na minha presença. Agora o que me incomoda verdadeiramente são ambientes cheios de fumo, isso não suporto.
Tenho consciência no entanto, que não posso nem por brincadeira tocar num cigarro, quem deixou de fumar tem que ter a mesma atitude de quem deixou de beber...não lhe tocar nem a brincar.
Escolhi este tema não para dizer às pessoas que fumam que deixem de o fazer...nada disso porque sei por experiência que não adianta, só o farão se for isso que querem, quando por elas mesmas decidirem que vão deixar de fumar.
Não adianta comprar chás, seguir tratamentos de X dias, o melhor para deixar de fumar é ter a certeza que é mesmo isso que quer...o resto é apenas uma ajuda.

6 comments:

Pitanga Doce disse...

Uma historinha:
Há muuuitos anos atrás fui à praia de Mira com a família. Um cunhado que havia lutado no Ultramar e fumava feito uma chaminé, viu que lhe acabara o maço. Saiu da praia para comprar e como não encontrou um bar aberto (pasmem)decidiu deixar ali mesmo o vício.Nunca mais fumou e hoje não aguenta sequer o cheiro.
É assim, é.

beijos

Pitanga Doce disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria do Consultório disse...

Espero que consigas convencer alguém cá de casa...mesmo que não seja esse o objectivo...
beijo

fj disse...

Eu tb ja nao fumo ha mais de uma dezena de anos, mas foi simples deixar de fumar.
uma dica:
- deixar de comprar cigarros e optem pelo crava aos colegas e amigos.
Rapidamente deixarão de fumar;)
Beijos e bom fds

Matilda Penna disse...

Passei para dar um oi e deixar beijos.
Eu fumo desbragadamente e nunca tive um estalo desses, meu pai também deixou de fumar assim, num repente, o cigarro tinha subido o preço, ele se revoltou, disse que nunca mais ia fumar e nunca mais fumou, :).

Elvira Carvalho disse...

Bom para si que não lhe custou. A mim também não, mas eu não tinha vicío. Fumava porque o marido gostava que o acompanhasse, veja só. Quando há 32 anos tomei conta da minha sobrinha, então bebé deixei e nunca mais fumei. O meu marido também fumava três maços dia. Um dia o sangue começou a engrossar, e subiu para valores que o cardiologista lhe disse que de um momento para o outro poderia ter uma trombose, que senão o matasse o podia deixar inválido para o resto da vida. Chegou a casa e partiu os cigarros e jogou na sanita. Até hoje nunca mais fumou. Já lá vão quase 20 anos. O curioso é que passado um mês de deixar de fumar, já se notava diferença no sangue, e passados seis meses, o sangue estava com valores normais.
No entanto á coisa de uns 10 anos ele passava os dias aqui no recreativo com amigos que fumavam bastante. A sala não tem janelas apenas a porta, que muitas vezes estava encostada. Quando foi fazer as análises de rotina o médico pensava que ele tinha recomeçado a fumar porque os valores do sangue tinha disparado. Deixou de frequentar a sociedade e voltou ao normal. Isto prova que quem fuma, não está a usar o seu direito á liberdade, porque está a negar á pessoa que está ao lado o direito a não fumar. Ou seja é um ditador, a fazer prevalecer a sua vontade.
Um abraço e ar puro

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