quinta-feira, novembro 27, 2008
quinta-feira, novembro 27, 2008 |
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Dina |
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Quatro anos depois o processo Casa Pia caminha para o fim.
Muito se escreveu e se disse sobre isso.
Desde o primeiro dia que me custa ver o nome de Elvas associado a este caso.
Até hoje nunca escrevi nada sobre o caso por uma razão que no fundo até são duas:
-Respeito pelas vítimas
-Estar dividida em relação aos arguidos.
Não duvido da palavra dos miúdos. Penso mesmo que ninguém devia fazê-lo. Só quem passou por uma situação daquelas poderá avaliar o sofrimento destas crianças, hoje já adultos, que o estado tinha obrigação de proteger, que a sociedade tinha obrigação de proteger e nem um nem outro o fizeram.
Pelo respeito que me merecem não lhes chamo "alegadas vítimas". São vítimas.
Em relação à minha divisão quanto aos arguidos aí a situação já é mais difícil de explicar.
Não tenho dúvidas quanto à culpabilidade da maior parte deles. Aliás nunca tive. Desde o primeiro dia, e alguns até antes de serem presos que eu os considerava culpados. Pelos vistos não foi só a mim que a sua atitude pareceu uma confissão em toda a regra.
Mas vou apenas centrar-me nos arguidos de Elvas e no que tem sido divulgado deste processo.
É aí que reside a minha divisão.
Se um deles não me custa tanto achar que é culpado já outro me custa aceitar que o seja.
Não entendo o porquê.
Não entendo como se vê envolvida nesta situação.
Custa-me a aceitar que sabendo o que se passava aceita-se a situação como normal.
Custa-me aceitar que não tenha pensado que no lugar daquelas crianças podiam um dia estar as suas crianças. É a máxima que devemos aplicar sempre...não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.
Por isso estou dividida.
Porque se por um lado começo a achar que é impossível que não exista nenhum fundo de verdade, por outro parece-me impossível que alguém tenha colaborado desta forma no abuso daqueles miúdos.
Por outro lado penso também como foi possível que não tivessem pensado nas outras vítimas desta situação.
Sim porque neste caso há dois tipos de vítimas. As crianças que foram abusadas e os familiares dos arguidos que não tendo colaborado directamente para esta situação são tão vítimas dela como as outras. Só não sentiram as dores do abuso fisico.Mas isso não faz delas menos vítimas e dessas ninguém parece lembrar-se.
São pais, filhos, irmãos, maridos, mulheres...
Como vai ser a vida dessas pessoas depois de concluído este processo?
Porque se até aqui foram "levando" na esperança de que tudo não passasse dum pesadelo do qual acabariam por acordar, se todos os arguidos forem condenados aí sim vai começar verdadeiramente o pesadelo destas vítimas.
Para as outras será um alívio, será uma compensação, pequena é certo mas de qualquer das formas será um sinal de que se fez alguma justiça em relação ao seu sofrimento, mas e as outras?
Para essas é apenas a confirmação de que o pesadelo se vai manter para sempre.
Espero que se faça justiça mas que a justiça não se esqueça que também precisa proteger as vítimas colaterais deste processo. Porque quer se goste quer não, são também elas vítimas.
Muito se escreveu e se disse sobre isso.
Desde o primeiro dia que me custa ver o nome de Elvas associado a este caso.
Até hoje nunca escrevi nada sobre o caso por uma razão que no fundo até são duas:
-Respeito pelas vítimas
-Estar dividida em relação aos arguidos.
Não duvido da palavra dos miúdos. Penso mesmo que ninguém devia fazê-lo. Só quem passou por uma situação daquelas poderá avaliar o sofrimento destas crianças, hoje já adultos, que o estado tinha obrigação de proteger, que a sociedade tinha obrigação de proteger e nem um nem outro o fizeram.
Pelo respeito que me merecem não lhes chamo "alegadas vítimas". São vítimas.
Em relação à minha divisão quanto aos arguidos aí a situação já é mais difícil de explicar.
Não tenho dúvidas quanto à culpabilidade da maior parte deles. Aliás nunca tive. Desde o primeiro dia, e alguns até antes de serem presos que eu os considerava culpados. Pelos vistos não foi só a mim que a sua atitude pareceu uma confissão em toda a regra.
Mas vou apenas centrar-me nos arguidos de Elvas e no que tem sido divulgado deste processo.
É aí que reside a minha divisão.
Se um deles não me custa tanto achar que é culpado já outro me custa aceitar que o seja.
Não entendo o porquê.
Não entendo como se vê envolvida nesta situação.
Custa-me a aceitar que sabendo o que se passava aceita-se a situação como normal.
Custa-me aceitar que não tenha pensado que no lugar daquelas crianças podiam um dia estar as suas crianças. É a máxima que devemos aplicar sempre...não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti.
Por isso estou dividida.
Porque se por um lado começo a achar que é impossível que não exista nenhum fundo de verdade, por outro parece-me impossível que alguém tenha colaborado desta forma no abuso daqueles miúdos.
Por outro lado penso também como foi possível que não tivessem pensado nas outras vítimas desta situação.
Sim porque neste caso há dois tipos de vítimas. As crianças que foram abusadas e os familiares dos arguidos que não tendo colaborado directamente para esta situação são tão vítimas dela como as outras. Só não sentiram as dores do abuso fisico.Mas isso não faz delas menos vítimas e dessas ninguém parece lembrar-se.
São pais, filhos, irmãos, maridos, mulheres...
Como vai ser a vida dessas pessoas depois de concluído este processo?
Porque se até aqui foram "levando" na esperança de que tudo não passasse dum pesadelo do qual acabariam por acordar, se todos os arguidos forem condenados aí sim vai começar verdadeiramente o pesadelo destas vítimas.
Para as outras será um alívio, será uma compensação, pequena é certo mas de qualquer das formas será um sinal de que se fez alguma justiça em relação ao seu sofrimento, mas e as outras?
Para essas é apenas a confirmação de que o pesadelo se vai manter para sempre.
Espero que se faça justiça mas que a justiça não se esqueça que também precisa proteger as vítimas colaterais deste processo. Porque quer se goste quer não, são também elas vítimas.
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6 comments:
Sabes, cheira-me que isto ainda não acaba assim...não tenho dúvida de que as "alegadas vítimas" são, de facto, vítimas e parece-me pouco provável que tenham envolvido e declarado como possíveis "culpados" pessoas que, sendo a maioria delas figuras públicas mais ou menos conhecidas, não o fossem ou estivessem de facto de alguma maneira envolvidos. Infelizmente tenho a sensação de que isto ainda não acaba aqui e se acabar que a justiça não vai ser feita, pelo menos não em todas as vertentes...para mim, e espero estar muito enganada, vai ser como tantos outros processos que envolvem gente "dita importante" e acabar sem nunca se saber a verdadeira verdade.
bjitos
Olá! Este caso é muito complicado e comentários só me atrevo a fazer no fim, desta novela da vida real terminar. Mas tens razão, em relação ás vítimas, quando falaste em dois tipos de vítimas! A mim, ainda hoje me custa a acreditar que o CC esteja envolvido nisto. Ás vezes a dúvida mantém-se, será mesmo que fez isto, que não fez? Se o fez, sem dúvida que merece pagar pelo que fez. Beijos e uma boa semana!
Já foi o julgamento?
Não!
Já devia ter sido?
Claro!
Não ponho em causa ninguém mas há muita coisa mal contada neste mega processo.
Veio-me à memória o procurador Aibéo.
Não sei bem porquê. Mas veio.
Alguém já perdeu o bom senso ao logo dos anos.
Assino por baixo o comentário da lilipat 2008.
Cheira-me que não vai haver justiça nenhuma.
Estamos cá para ver...
Espero que tudo não "acabe em pizza" como se diz por aqui.
Ninguém pode imaginar o que acontece por trás dos muros dessas Instituiçoes que deveriam resguardar a integridade das crianças, e as usam. Na maioria das vezes os agressores são já de uma certa idade, que tendo suas limitações, usam o poder, e muitas vezes o alcool para testar sua virilidade. São doentes, mas não deveriam ser tratados como tal. A lei deveria ser aplicada como no tempo dos bárbaros. Olho por olho...
Quando se trata de crianças, com familia ou não, não tenho piedade nenhuma.
De entre os muitos casos tristes da nossa justiça, este deve levar oa medalha de ouro.
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