sábado, abril 18, 2009
sábado, abril 18, 2009 |
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Dina |
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Não sei o autor do texto que se segue, recebi-o por email, mas achei que ilustrava bem os tempos actuais e o português falado pela maioria dos nossos políticos, e não só...
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical,isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico' .
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa'.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas '.
O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas'e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante.
Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'
Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As p**** passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.
Desde que os americanos se lembraram de começar a chamar aos pretos 'afro-americanos', com vista a acabar com as raças por via gramatical,isto tem sido um fartote pegado!
As criadas dos anos 70 passaram a 'empregadas domésticas' e preparam-se agora para receber a menção de 'auxiliares de apoio doméstico' .
De igual modo, extinguiram-se nas escolas os 'contínuos' que passaram todos a 'auxiliares da acção educativa'.
Os vendedores de medicamentos, com alguma prosápia, tratam-se por 'delegados de informação médica'.
E pelo mesmo processo transmudaram-se os caixeiros-viajantes em 'técnicos de vendas '.
O aborto eufemizou-se em 'interrupção voluntária da gravidez';
Os gangs étnicos são 'grupos de jovens'
Os operários fizeram-se de repente 'colaboradores';
As fábricas, essas, vistas de dentro são 'unidades produtivas'e vistas da estranja são 'centros de decisão nacionais'.
O analfabetismo desapareceu da crosta portuguesa, cedendo o passo à 'iliteracia' galopante.
Desapareceram dos comboios as 1.ª e 2.ª classes, para não ferir a susceptibilidade social das massas hierarquizadas, mas por imperscrutáveis necessidades de tesouraria continuam a cobrar-se preços distintos nas classes 'Conforto' e 'Turística'.
A Ágata, rainha do pimba, cantava chorosa: «Sou mãe solteira...» ; agora, se quiser acompanhar os novos tempos, deve alterar a letra da pungente melodia: «Tenho uma família monoparental...» - eis o novo verso da cançoneta, se quiser fazer jus à modernidade impante.
Aquietadas pela televisão, já se não vêem por aí aos pinotes crianças irrequietas e «terroristas»; diz-se modernamente que têm um 'comportamento disfuncional hiperactivo'
Do mesmo modo, e para felicidade dos 'encarregados de educação' , os brilhantes programas escolares extinguiram os alunos cábulas; tais estudantes serão, quando muito, 'crianças de desenvolvimento instável'.
Ainda há cegos, infelizmente. Mas como a palavra fosse considerada desagradável e até aviltante, quem não vê é considerado 'invisual'. (O termo é gramaticalmente impróprio, como impróprio seria chamar inauditivos aos surdos - mas o 'politicamente correcto' marimba-se para as regras gramaticais...)
As p**** passaram a ser 'senhoras de alterne'.
Para compor o ramalhete e se darem ares, as gentes cultas da praça desbocam-se em 'implementações', 'posturas pró-activas', 'políticas fracturantes' e outros barbarismos da linguagem.
E assim linguajamos o Português, vagueando perdidos entre a «correcção política» e o novo-riquismo linguístico.
Estamos lixados com este 'novo português'; não admira que o pessoal tenha cada vez mais esgotamentos e stress. Já não se diz o que se pensa, tem de se pensar o que se diz de forma 'politicamente correcta'.
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Gramática,
Língua Portuguesa
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10 comments:
Concordo com o seu post. Infelizmente a língua é deturpada em favor da linguagem "políticamente correcta" é para designar as coisas por forma a não sermos tão directos. Mas isso acho que não acontece só com a língua portuguesa, mas com a maior parte das línguas.
O meu senão vai para o termo "preto". Como pessoa com familiares dessa raça, devo dizer que é um termo ofensivo. Já o mesmo não acontece com a palavra "negro" que define melhor a questão e que não é considerada pela maioria dos negros como ofensiva. No fundo, "mutatis mutandis" é o mesmo caso que no inglês com o termo "black" (correcto) e o termo "nigger" (ofensivo).
Como digo no início o texto não é meu, recebi-o por email e coloquei-o aqui tal como o recebi. A ideia é as pessoas dizerem se concordam com a visão do autor ou não, seja ele quem for já que o texto não vem assinado.
Mas esta história não começou com o Obama! Aqui os políticos decidiram que a raça negra não existe mais. Agora é afro-descendentes.
Quanto as empregadas de casa, nunca ouviste as artistas de tv chamarem de "minha secretária"?
É um essssspetáculo!
Ainda acordada? Vai pra cama que está frio!
ai dinita, grande riso q me provocaste...não fora a pressa q estou...compunha aqui um belo comentario.
Beijinhos
SL
adorei ontem aquele jogo!
Ps: endereço aqui um convite igualmente para as tuas visitas, para concorrerem la nas blogolimpiadas de matematica...para ver se irás fazer outra festa...para todos!!
ehehehe
Se todos usarem palavras portuguesas modernizadas com estes novos termos ainda a coisa não vai mal, desde que compreendamos...
O problema vai ser começar a escrever pacto ou facto sem "c" e outros modernismos do novo acordo ortográfico, aí sim é que eu não vou entender o que é que estamos a dizer se "Acordo" ou "Pato com laranja" ou na segunda situação "Caso" ou "Fato de cerimónia".
Estás a ver a minha baralhação????
Suspeito que... com o novo acordo ortográfico, aquelas mensagens sms que o pessoal troca por aí até passarão a ter um estilo muito ... não sei, mas alguém se encarregará de dar-lhes um nome...
Li o post na diagonal, Dina...
Lerei, depois, com mais calma... é que vim a correr só ali abaixo ao post do Lobo responder...
Qto ao acordo ortográfico... Vamos ter calma e ver que, afinal, muitas dúvidas que agora se colocam, não existirão.
Por exemplo, sempre que no português actual e num grupo consonântico, a consoante seja sonora, não será omitida da escrita.
Mas vamos aguardar! "Eles" estão a ver isso tudinho, acreditem em mim, que eu sei! :D
Beijinhos! :)
Looooooooool...muito bom...:)
bjs
Ovinho,
Conta-nos tudo e não nos escondas nada sobre Língua Portuguesa e esse tal de acordo ortográfico.
Queremos estar bem preparadas quando ocorrer o próximo desafio do amigo fj.
Jinhos
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