domingo, fevereiro 24, 2008
domingo, fevereiro 24, 2008 |
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Dina |
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Hoje ao ler uma notícia da Lusa veio-me à memória o poema de Augusto Gil que estudei ainda na escola primária.(hoje não deve fazer parte de nenhum manual escolar)
Resumo da notícia:
Portugal é um dos oito países da União Europeia (UE) onde se registam os níveis mais elevados de pobreza nas crianças, nomeadamente nas que vivem com adultos empregados, segundo um relatório da Comissão Europeia, a que a Lusa teve acesso.
Para ler a notícia completa cliquem em notícia da Lusa.
Balada da Neve
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pézitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
Resumo da notícia:
Portugal é um dos oito países da União Europeia (UE) onde se registam os níveis mais elevados de pobreza nas crianças, nomeadamente nas que vivem com adultos empregados, segundo um relatório da Comissão Europeia, a que a Lusa teve acesso.
Para ler a notícia completa cliquem em notícia da Lusa.
Balada da Neve
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia
na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho…
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria…
Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho…
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pézitos de criança…
E descalcinhos, doridos…
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos,
depois, em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!…
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!…
Porque padecem assim?!…
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
e cai no meu coração.
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8 comments:
Por favor passe no Sexta-feira, quando puder.
Obrigada
Um abraço
Não sei qual é a notícia, mas o poema de Augusto Gil, está mais que nunca actual.
bonito poema, a primeira estrofe é usada muitas vezes no dia a dia de muitas pessoas, algumas vezes de forma depreciativa, outras vezes para humor, mas inegavél que este poema é um dos mais famosos no nosso país.
Elvira para ler a notícia é só clicar em notícia da Lusa.
Vou já até ao Sexta-feira.
Cara Dina:
Se achar por bem divulgar este novo blog e que diz respeito a todos NÓS, agradecia. Não é necessário publicar isto, já que não é um comentário.
http://historias-de-elvas.blogs.sapo.pt/
Obrigado
Jacinto César
Olá Dina
Muito oportuno!...
Também eu recordava o poema, que ainda hoje me provoca um arrepio e um estrnho nó de culpa qundo o leio.
Quando seremos capazes de o tornar obsoleto?...
Excelente poesia.
Sabe o que mais admiro em si? - é esta extraordinária atenção "ao outro", mesmo quando tem a casa em obras ou seja lá o que for, que até podia dar razão para só olhar o seu umbigo.
Mulher lutadora de coração grande
um abraço de verdade
maria José
País miserável não pode dar fruta rica.
Os governantes comem tudo e não deixam nada.
Melhor, o que sobra vai para os senhores directores gerais e outros que tais.
Crianças com fome? Isso é coisa que não preocupa quem tem a obrigação de se preocupar.
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